Enfrentar o câncer é sempre uma vivência que mexe com muitas camadas da vida. A alimentação, tantas vezes tida como algo simples ou rotineiro, passa a ter outra dimensão nesse contexto. Constantemente, familiares e pacientes me perguntam: “O que devo comer agora?”
Comprometida com uma abordagem acolhedora e multidisciplinar, como propõe a Dra. Nayara Zortea Lima no seu atendimento, este guia traz orientações fundamentadas sobre como utilizar a alimentação como aliada do cuidado oncológico.
Quando a comida vira cuidado, tudo faz mais sentido.
O que se segue é um percurso entre a ciência, o dia a dia, e o olhar atento para quem está atravessando o tratamento contra o câncer. Cada escolha, cada colher, pode ser um gesto de carinho e saúde. Vamos caminhar juntos nestas páginas.
Por que a alimentação ganha tanta importância no câncer?
Quase sempre, é fácil subestimar o papel da nutrição até algum desafio surgir. No câncer, isso se torna evidente pela frequência da desnutrição: números mostram que 40% a 80% dos pacientes oncológicos passam por algum grau de perda de peso ou déficit nutricional, o que pode atrapalhar demais o caminho da cura. As consequências atingem a eficácia do tratamento, aumentam complicações e, infelizmente, até a mortalidade chega a subir (segundo estudos amplamente revisados sobre o tema).
Isso não significa que comer resolve tudo — não é mágica. Mas uma alimentação devidamente ajustada permite:
- Fortalecer o sistema imunológico
- Proteger a massa muscular
- Resistir melhor aos efeitos dos tratamentos
- Melhorar o ânimo e o bem-estar
- Diminuir riscos de complicações infecciosas
- Preservar a autonomia e qualidade de vida
Aqui, o foco nunca é um cardápio perfeito ou milagroso. Trata-se de escuta, adaptação e ciência.
Interação entre alimentação e tratamentos
Cada tipo de tratamento — quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, hormonioterapia — tem características próprias e impacta a rotina alimentar de maneiras diferentes. Há quem sinta mais náusea, outros percebem alterações no paladar. Algumas pessoas relatam grande fadiga ou feridas na boca.
Por isso, antes de pensar em “dietas padrões”, é essencial alinhar as escolhas alimentares com as etapas do tratamento, os sintomas, e claro, com a orientação dos profissionais. O trabalho de uma equipe integrada, como propõe a Dra. Nayara Zortea Lima, faz um mundo de diferença aqui.
Efeitos colaterais e adaptação da dieta
Náuseas e vômitos
É difícil se alimentar sentindo enjoo, não há como negar. Estratégias como fracionar as refeições, ou seja, comer em pequenas quantidades várias vezes ao dia, ajudam muito neste cenário (conforme artigos que trazem orientações multiprofissionais). Outra tática é optar por alimentos mais secos e pouco gordurosos, evitando frituras ou molhos pesados.
- Biscoitos de água e sal
- Pães simples
- Frutas frescas não ácidas, como banana e maçã
- Chás leves (camomila, erva-doce)
Tentar controlar odores fortes também pode ajudar. Por vezes, comidas frias ou em temperatura ambiente são melhor toleradas, já que liberam menos cheiros.
Mucosite e dor ao engolir
Quando há feridas na boca ou garganta (mucosite), o ato de comer se transforma. Em muitos casos, é necessário ajustar a consistência dos alimentos, escolhendo opções pastosas ou líquidas, e dar preferência para preparações mornas ou frias (orientações detalhadas sobre o tema).
- Papinhas de vegetais
- Cremes de legumes
- Iogurtes naturais sem açúcar
- Pudins caseiros leves
Evitar alimentos ácidos, apimentados ou secos é sempre prudente. Um cuidado extra com higiene bucal previne infecções e melhora a cicatrização.
Alterações de paladar e olfato
É comum notar “tudo com gosto de metal” ou simplesmente sentir as coisas menos gostosas. Uma saída simples é abusar das ervas frescas e temperos naturais, como salsinha, manjericão, gengibre e limão, para dar sabor sem irritar. Usar utensílios de plástico ao invés de metal também pode amenizar o sabor metálico.
Constipação intestinal
Alguns medicamentos levam à prisão de ventre, o que pede uma atenção maior à ingestão de fibras e água.
- Aveia, chia e linhaça (em frutas ou iogurte)
- Legumes refogados ou assados
- Frutas com casca, como maçã e pera (se toleradas)
Importante sempre acompanhar com água suficiente, ajustando de acordo com tolerância e orientações médicas.
Diarreia
Quando o intestino está mais solto, as fibras insolúveis devem ser reduzidas. Prefira alimentos de fácil digestão:
- Arroz branco, batata, cenoura cozida
- Pães brancos
- Banana-maçã
Repor líquidos ganha ainda mais destaque aqui, para evitar desidratação.
Hidratação: o cuidado silencioso
Beber água parece simples, mas muitos pacientes acabam ingerindo pouco líquido. Isso pode ser silencioso e prejudicial. Manter a hidratação ajuda o organismo a funcionar, combate fadiga e auxilia a recuperar-se dos efeitos colaterais do tratamento (segundo recomendações práticas de instituições reconhecidas).
- Lembretes no celular para beber água em intervalos regulares
- Água saborizada com frutas e ervas (sem açúcar)
- Água de coco, chás leves
Sucos naturais são bem-vindos, mas evite exagerar no açúcar. Se houver vômitos ou diarreia, aumente o consumo de líquidos conforme recomendação da equipe médica.
Não espere sentir sede para tomar água.
A construção do prato: como montar refeições no dia a dia
O prato de quem trata câncer merece atenção nos detalhes — não por capricho, mas por necessidade. Equilíbrio de nutrientes é a base. Mas o apetite pode ser imprevisível. Então, adaptar é palavra-chave.
Carboidratos
São fontes rápidas de energia. Preferir versões menos refinadas (arroz integral, batata-doce, mandioquinha, inhame) quando possível. Porém, em situações de inapetência ou desconforto intestinal, o arroz branco e pães simples são opção.
Proteínas
Conservar a musculatura é fundamental. O ideal é incluir em todas as refeições proteína magra: ovos, carnes (frango, peixe), laticínios, leguminosas (feijão, lentilha), tofu. Em casos de intolerância, podem ser usados suplementos sob orientação.
Gorduras saudáveis
Nem toda gordura é vilã. Azeite extravirgem, abacate, sementes (chia, linhaça, girassol) contribuem para calorias e nutrientes.
Vitaminas e minerais
Frutas e vegetais variados são bem-vindos, pois trazem micronutrientes na medida. O colorido do prato ajuda a garantir variedade nutricional.
Fracionar as refeições e adaptação à fome oscilante
Raramente o apetite de quem está em tratamento segue um ritmo exato. Por isso, em vez de três grandes refeições, recomenda-se dividir em 5 a 6 momentos ao dia, cada um com pequenas porções. Dessa maneira, reduz-se enjoo e o corpo recebe energia de maneira contínua (orientação reconhecida por organizações oncológicas).
- Café da manhã leve
- Lanche da manhã (fruta ou iogurte)
- Almoço equilibrado
- Lanche da tarde
- Jantar leve
- Caso haja fome, ceia leve antes de dormir
Flexibilizar essa ordem é válido — há dias em que a fome aparece só no jantar e tudo bem. O acompanhamento frequente com nutricionista, como no modelo proposto pela Dra. Nayara Zortea Lima, ajusta estratégias conforme cada fase.
Segurança alimentar: evitar riscos desnecessários
Durante o tratamento oncológico, a imunidade pode cair. Isso pede cuidado rigoroso com manipulação, preparo e conservação dos alimentos.
- Lave bem frutas e legumes antes de consumir
- Prefira carnes e ovos bem cozidos
- Evite alimentos crus em fases de baixa imunidade (principalmente carnes, peixes e ovos)
- Desconfie sempre de cheiro, cor ou textura estranhos
- Higienize bancadas, utensílios e mãos com frequência
Pequenos descuidos podem trazer grandes riscos.
O papel dos suplementos nutricionais
Nem sempre comer tudo pela boca é possível. Em situações de inapetência, náuseas graves, ou perdas de peso importantes, pode ser necessário recorrer a suplementos orais — aquelas fórmulas líquidas ou em pó, com alto valor energético e proteico. Mas não se trata de usar por conta própria!
O uso de suplementos deve ser individualizado, sempre sob supervisão de profissional experiente em oncologia (recomendações destacam esse cuidado). O nutricionista irá avaliar a real necessidade, doses, período, e monitorar possíveis interações com medicamentos.
- Só suplementar quando indicado
- Avaliar risco de hipervitaminose ou excesso de proteínas
- Observar sempre possíveis alergias ou intolerâncias
E é preciso lembrar: suplemento não substitui comida de verdade, serve de apoio nas fases mais críticas.
O acompanhamento nutricional especializado
A busca por um suporte nutricional especializado faz diferença na trajetória do paciente. O profissional irá monitorar o peso, ajustar cardápios, adaptar orientações ao quadro clínico, além de identificar sinais de alerta e melhorar a qualidade de vida ao longo de todas as fases (de acordo com publicações reconhecidas).
- Planejamento alimentar individualizado
- Monitoramento de sintomas e evolução do estado nutricional
- Ajuste de cardápio conforme exames laboratoriais
- Orientação de familiares e cuidadores
- Prevenção de perda muscular e recuperação do peso saudável
O cuidado em nutrição vai muito além de tabelas de calorias. Envolve compreender cada fase do tratamento, saber escutar o paciente e caminhar juntos, valorizando preferências e respeitando limites, como faz a Dra. Nayara Zortea Lima.
Alimentação preventiva antes, durante e depois do câncer
Às vezes, existe um exagero sobre alimentos que “curam” ou “causam” câncer. Embora a alimentação equilibrada não substitua tratamentos oncológicos, ela pode diminuir o risco de vários tipos de câncer e ajudar na recuperação.
- Prefira alimentos naturais, frescos, minimamente processados
- Mantenha consumo variado de vegetais, legumes, frutas e cereais integrais
- Reduza carnes processadas (salsichas, presunto, bacon) e açúcar em excesso
- Consuma fontes magras de proteína animal e vegetal
- Evite bebidas alcoólicas e frituras excessivas
Importante: essas orientações valem tanto para quem está tratando quanto para prevenção de recaídas ou para familiares em busca de saúde.
Mitos frequentes sobre alimentação e câncer
- “Açúcar alimenta o câncer”? O corpo todo utiliza glicose como fonte de energia, inclusive células saudáveis. Reduzir açúcar faz sentido pela saúde geral, mas cortar completamente não impede o avanço da doença.
- “Só alimentos orgânicos são seguros”? Orgânicos são opção interessante, mas higienização adequada de qualquer alimento é suficiente para segurança alimentar.
- “É preciso cortar a carne vermelha totalmente”? Moderação é importante, não radicalismo. O equilíbrio é a chave.
- “Suplementos vitamínicos curam câncer”? Não há qualquer comprovação científica de cura via suplementos. Podem ser necessários em casos específicos, sempre sob supervisão profissional.
A importância do apoio emocional e do ambiente à mesa
Comer em harmonia pode parecer exagero, mas faz diferença real. O ambiente de refeição influencia apetite, digestão, percepção de sabor e até a absorção de nutrientes. Estar junto da família ou de alguém querido, comer em um lugar tranquilo, ajuda o paciente a se sentir mais confortável.
Valorize pequenos rituais: mesa arrumada, luz natural, música leve. Experimente variar os pratos preferidos. Sirva porções menores, coloque aromas no ar, seja flexível quanto aos horários.
O carinho ao servir toda comida traz consigo um pouco de cura.
Exemplo prático: cardápio de um dia para paciente em tratamento
A ideia de cardápio aqui não é rigidez, mas inspiração. Especialistas, como a equipe multidisciplinar da Dra. Nayara Zortea Lima, adaptam sugestões conforme sintomas, preferências e resposta do paciente.
- Café da manhã: Mingau de aveia feito com leite, banana em rodelas e canela. Chá de camomila morno.
- Lanche da manhã: Iogurte natural com pedaços de mamão e chia.
- Almoço: Filé de frango grelhado, arroz branco, purê de batata e cenoura, brócolis cozido.
- Lanche da tarde: Fatia de pão de forma integral com ricota e orégano, suco natural de maçã.
- Jantar: Sopa cremosa de abóbora com carne desfiada, azeite de oliva e cheiro-verde.
- Ceia: Flan de baunilha caseiro ou pudim de chia com leite morno.
Use este roteiro como ponto de partida. Troque os alimentos, adapte texturas, respeite as vontades e principalmente, escute o corpo todos os dias. Algumas refeições podem ser puladas ou substituídas, isso não é erro; é adaptação.
Quando consultar o nutricionista durante o tratamento oncológico?
- Logo após o diagnóstico, para avaliação inicial
- No começo de quimioterapia ou radioterapia
- Ao perceber dificuldades em comer ou alterações de peso rápidas
- Se surgirem sintomas limitantes (enjoo, feridas, intolerâncias)
- Ao voltar a se alimentar normalmente após alta hospitalar
- Periodicamente, como prevenção e acompanhamento
Lembrando que nutrição para pacientes oncológicos é sempre realizada em parceria com a equipe médica e multiprofissional, buscando segurança e respeito à singularidade de cada um.
Dicas práticas para o dia a dia alimentar
- Tenha sempre alimentos leves à mão: bolachas água e sal, frutas, iogurte
- Prefira preparações simples — menos gordura, menos molhos pesados
- Reduza o sal e açúcares adicionados
- Faça pequenas caminhadas quando possível, estimulando o apetite
- Evite regras inflexíveis; a flexibilidade dá conforto
- Envolva a família, peça ajuda quando necessário
- Divida dúvidas e medos com a equipe de saúde
Isso vai transformar as refeições em momentos mais seguros e acolhedores.
Cuidado multidisciplinar: mais que dieta, um caminho completo
O tratamento oncológico é uma caminhada feita de passos pequenos e grandes. A participação de vários profissionais — médicos, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais — fortalece o paciente em toda a jornada.
O cuidado atento e humano, divulgado e promovido pela Dra. Nayara Zortea Lima, consiste em olhar para cada detalhe, adaptar rotinas e apoiar decisões, reforçando a confiança do paciente e da família.
Juntos, corpo e mente se alimentam de esperança.
Alimentação após o fim do tratamento: retomando a rotina e novos desafios
“E depois, o que faço?” — essa dúvida aparece com frequência quando se encerra o tratamento. A proposta é retomar gradualmente os hábitos saudáveis, valorizando a recuperação da força física, o prazer em comer e o retorno a uma vida plena.
- Reintegrar alimentos antes evitados, observando tolerância
- Estimular atividade física, conforme orientação médica
- Manter consultas regulares com equipe de saúde
- Cuidar do equilíbrio emocional
- Valorizar refeições compartilhadas
- Reavaliar a alimentação periodicamente
Conclusão
Nutrição no contexto do câncer é um processo que se faz junto, com respeito, escuta ativa e muita adaptação. O olhar profissional, seja do nutricionista ou da equipe multidisciplinar, aumenta as chances de um tratamento mais leve, seguro e eficaz. O trabalho da Dra. Nayara Zortea Lima é referente justamente a essa conexão: cuidar do corpo sem descuidar do afeto, do ambiente e dos detalhes do dia a dia.
Permita-se buscar ajuda especializada, trigo-se dúvidas e experiencie este momento não apenas focando na doença, mas também nas pequenas vitórias diárias. Se você está nesta jornada, ou acompanha alguém nesse caminho, saiba que acolhimento e orientação personalizada fazem toda diferença.
Agende sua consulta e conte com o suporte integral e humanizado da equipe da Dra. Nayara Zortea Lima. Faça do cuidado alimentar um aliado neste novo capítulo da vida.
Perguntas frequentes
O que comer durante o tratamento de câncer?
O ideal é focar em alimentos frescos, de fácil digestão e alto valor nutricional, adaptando para o que é tolerado em cada fase. Priorize proteínas magras (ovos, peixes, aves), cereais integrais, verduras cozidas e frutas não ácidas. Mantenha hidratação constante, com água, sucos naturais e chás leves. Refeições fracionadas, com pequenas porções ao longo do dia, também ajudam a evitar enjoos e mantêm o aporte de energia regular. Ajuste as preparações conforme sintomas — como optar por cremes e sopas se houver dificuldade de mastigar ou engolir.
Quais alimentos evitar com câncer?
Evite alimentos crus em fases de baixa imunidade, principalmente carnes, ovos e peixes. Reduza ultraprocessados, embutidos (salsicha, linguiça, presunto), excesso de açúcar e gordura saturada. Também evite frituras, bebidas alcoólicas e molhos muito pesados ou apimentados. Observe sempre possíveis sinais de intolerância ou desconforto — cada organismo reage de um jeito.
Como a nutrição ajuda no tratamento oncológico?
Ela auxilia a manter o funcionamento adequado do corpo, fortalece a imunidade e protege a musculatura. Uma boa alimentação reduz complicações, torna o tratamento mais tolerável, diminui o risco de infecções e promove mais energia e qualidade de vida. O acompanhamento com nutricionistas amplia a segurança, ajudando a adaptar as orientações para cada etapa do tratamento.
É preciso suplementar vitaminas no câncer?
Nem sempre. Suplementação só deve ser feita sob recomendação de profissionais especializados, após avaliar carências nutricionais concretas. O excesso de vitaminas pode causar efeitos adversos e não substitui uma alimentação equilibrada. Alguns casos realmente precisam, especialmente quando há restrição alimentar importante ou sintomas severos, mas nunca por conta própria.
Qual a melhor dieta para pacientes oncológicos?
Não existe uma “dieta única”. O melhor caminho é um plano alimentar individualizado, adaptado conforme sintomas, preferências e fase do tratamento. O foco deve ser em alimentos frescos, variedade de frutas, legumes, cereais e proteínas magras, ajustando conforme a tolerância diária. Dietas restritivas e modismos não são recomendados — o equilíbrio, junto ao acompanhamento profissional, é a base do sucesso.
